domingo, 5 de dezembro de 2010

Obrigação de conhecer a verdadeira Fé


Ademais, o homem deve chegar normalmente ao conhecimento de Nosso Senhor Jesus Cristo e da Igreja por Ele fundada, e a ela incorporar-se por meio do sacramento do Batismo. Na Igreja o homem encontrará os meios necessários para alcançar a salvação: o conhecimento da verdadeira Fé, através do Magistério da Igreja, e a graça por meio dos Sacramentos.
Como o consulente se refere ao que acontece com os não-católicos, consideremos as categorias por ele mencionadas, encontráveis num país católico: protestantes e judeus. O que diremos sobre a situação num país católico vale, por extensão, para os países de minoria católica ou simplesmente não-católicos, ou até mesmo para as tribos selvagens que vivam em estado de barbárie, por não terem, porventura, entrado em contato com a civilização. Nestes casos, as dificuldades podem ser não pequenas para o conhecimento e adesão a Nosso Senhor Jesus Cristo e à Santa Igreja.
Embora dispersos pelo mundo, os judeus formam comunidades coesas em que cultivam suas tradições religiosas e culturais. Depois da rejeição de Jesus Cristo como o verdadeiro Messias, dois mil anos atrás, será muito difícil pensar numa conversão maciça antes que a hora da graça soe para eles, como está previsto na Sagrada Escritura. Algumas conversões isoladas, entretanto, se têm dado, das quais as mais famosas foram as dos irmãos Ratisbonne, no século XIX, os quais fundaram justamente uma congregação religiosa para a conversão dos seus irmãos de raça.
A pergunta do consulente é se um judeu não-convertido pode se salvar. Dado o caráter coeso e até certo ponto fechado dessa comunidade, será realmente muito difícil que um membro dela tenha condições de vencer todas as barreiras psicológicas, culturais, sociais e religiosas para aderir ao cristianismo. A ele se aplicará, pois, o que foi dito no primeiro parágrafo desta resposta: ele será julgado pela retidão de seu relacionamento íntimo com Deus — o que inclui a acolhida interior da graça sobrenatural da Fé, Esperança e Caridade — e pela observância dos Mandamentos.
Resposta análoga vale também para os protestantes. Cinco séculos de ruptura com a Igreja criaram neles obstáculos mentais de toda ordem, que exigem um esforço fenomenal — somente possível com uma ajuda especial da graça — para darem o passo decisivo da conversão. Ainda há pouco produziu profunda comoção na França a conversão ao catolicismo do pastor Michel Viot, que ocupava cargo de destaque na comunidade luterana (cfr. Le Monde, 7 de agosto de 2001)

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